16 outubro 2011

Pesquisa na UFV comprova os benefícios de exercícios físicos em hipertensos

Correr, jogar futebol ou caminhar é bom para o coração de todo mundo. Para aqueles afetados por uma patologia, como a hipertensão, os benefícios também são visíveis. Já sabemos como isso ocorre na prática, mas qual é a relação entre, por exemplo, uma corrida diária e a redução dos efeitos hipertensivos? O professor do Departamento de Educação Física da UFV, Antônio José Natali, em colaboração com o professor Jader Cruz da UFMG, em um estudo inédito, observou resultados da prática regular de exercícios na morfologia e função do coração de animais hipertensos.


São considerados hipertensos todos os indivíduos com pressão arterial acima de 14x9 mmHg. Para que haja o diagnóstico de hipertensão os valores  iguais ou mais altos que este tem de ser constatado em exames realizados em períodos distintos.


Ao bombear sangue para o restante do corpo, o coração enfrenta uma pressão acima do normal, o que irá hipertrofiar a sua musculatura. Com o passar do tempo, isso provoca alguns prejuízos, como: descompasso no batimento, deterioração das células cardíacas devido à falta de oxigênio e um desajuste no fluxo iônico/elétrico.


Esse desajuste ocorre da seguinte forma: as células cardíacas, os cardiomiócitos, são responsáveis pela contração e relaxamento muscular em resposta à despolarização e repolarização elétrica. O que se percebeu nos estudos é que as células ventriculares próximas ao epicárdio (EPI) de ratos hipertensos possuem uma quantidade menor de bombas ou canais de potássio (especialmente Ito), que junto são as principais responsáveis pelo fluxo iônico (saída de potássio) das células do coração durante a repolarização/relaxamento. Esse desajuste atrasa a repolarização/relaxamento) destas células EPI, o que pode levar a ocorrência de arritmia cardíaca.


De acordo com as pesquisas, a prática regular de exercícios físicos aeróbicos  como a corrida, normaliza a quantidade dos canais de potássio nos miócitos EPI do ventrículo esquerdo: ou seja, as atividades físicas promovem um reajuste na duração do potencial de ação dessas células. A duração deste potencial é aumentada em indivíduos hipertensos, o que causa uma desarmonia entre a despolarização e a repolarização, contribuindo,  assim, para a ocorrência da arritmia cardíaca.


A pesquisa também observou a ação dos exercícios físicos no crescimento muscular. Após dois meses de atividades a hipertrofia do coração de ratos hipertensos, em fase inicial (compensação), foi atenuada. “Isso ocorre porque o coração passa a enfrentar uma pressão arterial menor”, relata o professor Natali.


Ainda para o professor, descobertas como essas contribuem para toda uma cadeia de resultados. “Praticar exercício é bom para o corpo e todos já sabem. Porém, aperfeiçoar o tratamento de indivíduos hipertensos depende do entendimento de suas contribuições’.


Segundo o professor Natali, as pesquisas realizadas com ratos de laboratório mostram que os animais em estágio inicial de hipertensão que praticam uma hora de exercício diário, cinco dias por semana ao longo de dois meses terão o desajuste iônico/elétrico reajustado. Além disso, a hipertrofia muscular pode ser atenuada e a ocorrência de arritmia reduzida.
Fábio Farias/Léa Medeiros.

Fonte: Notícias UFV. Disponível em: https://phpsistemas.cpd.ufv.br/ccs_noticias/scripts/exibeNoticia.php?codNot=15350. em 16.10.2011.

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