21 abril 2012

Doação de Corpos


  • DÚVIDAS IMPORTANTES E COMO FAZER PARA DOAR O CORPO


A Anatomia é área da biologia que estuda a estrutura do corpo humano. Esta ciência já vem sendo estudada desde a pré-história, quando o homem necessitava deste conhecimento para poder caçar e sobreviver.

Por muito tempo, o conhecimento anatômico se baseava apenas no estudo dos animais. Entretanto, o real entendimento da estrutura e do funcionamento do corpo humano só foi possível após a introdução da técnica de dissecção de corpos humanos. A compreensão da circulação do sangue, da disposição dos diversos órgãos e a possibilidade de desenvolver operações para o tratamento de diversas doenças só foi possível com o progresso da Anatomia. 

Por todos estes motivos, a ciência anatômica é considerada básica para os profissionais da área da saúde. Em outras palavras, esta disciplina é fundamental para a formação destes profissionais e, por isto, costuma ser ministrada nos primeiros anos de faculdade. Não há como progredir nos estudos sem conhecer muito bem a anatomia do corpo humano.

Atualmente, na maior parte das instituições de ensino, o ensino da Anatomia é feito através da utilização de corpos de pessoas que faleceram e não foram procurados por amigos ou familiares. Assim, de acordo com a Lei n° 8.501, de 30 de novembro de 1992, estes cadáveres podem ser utilizados para o ensino e para a pesquisa.

Com o grande aumento de faculdades e a progressiva diminuição do número de corpos não reclamados, estamos enfrentando grande dificuldade em obter peças anatômicas para o ensino dos médicos, dentistas, fisioterapeutas e todos os demais profissionais da saúde.

É claro que com a informática e com o progresso da indústria, dispomos hoje de vários programas computacionais e modelos anatômicos que ajudam no ensino da Anatomia. Entretanto, ainda não se inventou nada superior ao corpo humano real. Há quem pergunte um dia: Você prefere ser operado por um cirurgião que aprendeu anatomia num boneco de plástico ou num corpo humano de verdade?
Vários países também passaram por este problema e a maneira encontrada para resolvê-lo foi o estímulo para a doação de corpos. 

Através da doação de corpos, as instituições de ensino poderão obter a quantidade necessária de corpos para manter a qualidade do ensino da Anatomia e assim formar profissionais melhor qualificados.

Além disto, a doação de corpos também permitirá aos médicos desenvolverem novos procedimentos cirúrgicos, cada vez menos agressivos e mais eficientes. Os médicos residentes também poderão aprender e treinar os diversos procedimentos médicos que são fundamentais para as suas especialidades. 

Doe o seu corpo e contribua para o progresso da Medicina e para a melhoria da qualidade dos profissionais da saúde! Seus descendentes lhe agradecerão!

Benefícios da Doação de Corpos

  1. Contribuir para a melhor formação técnica dos profissionais da saúde;
  2. Colaborar para a formação humanista dos estudantes;
  3. Permitir o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas que possam ser mais eficientes e menos invasivas;
  4. Possibilitar o estudo e o conhecimento das variações anatômicas existentes nos indivíduos;
  5. Ajudar no desenvolvimento das pesquisas médico-científicas.

Dúvidas Importantes

1- Existe alguma legislação específica para a doação de corpos?

De acordo com o Artigo 14 da Lei 010.406-2002 do Código Civil brasileiro: é válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte para depois da morte. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

2- Quem pode doar o seu corpo? 
Qualquer pessoa maior de 18 anos que tenha a intenção de doar. Menores de 18 anos podem tornar-se doadores se a família consentir. A doação após a morte, em qualquer caso, só será efetivada com consentimento da família.

3- O doador ou a família recebem algum pagamento pela doação do corpo? 
Não. As leis brasileiras proíbem que haja pagamento por corpos humanos ou órgãos internos. 
4- Quais são os gastos para o doador e sua família?

Não existem custos adicionais. A família realiza o velório normalmente, se assim desejar, sendo responsável por seu custo. A família também é responsável por contatar a instituição de ensino na ocorrência do óbito. A partir deste momento, a instituição que receberá o corpo se responsabilizará pelos gastos. 

5- São aceitos corpos dos quais os órgãos foram removidos para doação?
Sim. A doação de órgãos para transplante não impede a posterior doação do corpo, mas depende de verificação de viabilidade pelos envolvidos na doação e no transplante. Cada caso deve ser avaliado individualmente. 

6- O que se deve fazer para doar o corpo?
A doação do corpo para o ensino e pesquisa é uma decisão pessoal que deve ser bem examinada e discutida com a família e com a instituição beneficiada para que todos os detalhes sejam esclarecidos. É necessário preencher o Termo de Intenção de Doação, que deve ser assinado pelo doador e por duas testemunhas, de preferência parentes e primeiro grau. Além disso, é preenchido um formulário com informações sobre a saúde do doador. A decisão deve, preferencialmente, ser feita pelo doador, mas a família deve estar de acordo e autorizar a doação após a morte. Se a família não autorizar, a doação não é efetivada. A identificação dos doadores e todas as informações fornecidas permanecem estritamente confidenciais e serão armazenadas em um banco de dados da instituição. 

7- Mesmo que não tenha havido a doação em vida, ela pode ser realizada pela família após a morte?
Sim. Para isso, deve ser feito contato com alguma instituição de ensino na área da saúde logo após o óbito. O tempo decorrido entre a morte e a preparação do corpo é importante, e períodos muito longos podem inviabilizar a doação.

8- Os familiares do doador podem desistir da doação? 
Sim. Assinar o termo de doação não impede a desistência da doação, que pode ocorrer a qualquer momento.

Como Fazer para doar o Corpo para Fins de Ensino e Pesquisa

  1. Escolher uma instituição de ensino na área da saúde para doar o corpo;
  2. Entrar em contato com o responsável da instituição para manifestar sua intenção e verificar eventuais orientações
  3. Imprimir e preencher o Termo de Intenção de Doação para fins de ensino e pesquisa;
  4. Assinar o termo, juntamente com 2 testemunhas que podem ser parentes de primeiro grau (pais, filhos, irmãos, cônjuge), de preferência, ou outras pessoas;
  5. Reconhecer a firma da assinatura do doador no cartório;
  6. Se quiser, poderá registrar o termo no cartório. O registro é opcional;
  7. Deve-se enviar para a instituição de ensino o termo de doação original e manter pelo menos 1 cópia autenticada em família;

Disponível em http://www.moodle.ufba.br/mod/resource/view.php?id=64053. Acesso em 21.04.2012

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